quinta-feira, 25 de março de 2010

A interligação dos saberes rurais e urbanos no design têxtil

Conferência integrada na exposição de tecelagens de Maria Helena Cardoso com a presença da Dr.ª Ana Maria Braga Cruz, Dr.ª Angélica Lima Cruz e Dr.ª Maria José Magalhães.

DOMINGO, 28 de MARÇO às 17H00

Apresentação e moderação de Danyel Guerra.



Destecer, diz ela Penélope. Raaaaasgar,diz ela Helena.
Num raaaaasgo de artesanal inventiva, estas redes de Helena Cardoso
prazerosamente nos envolvem e aprisionam, tecidas, entretecidas,
reentretecidas de fios de linho, lã, seda, tributando o cânone sagrado
de uma aura couture.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Teatro à Terça, Quarta e Quinta-feira

BOOM & BANG
Um breve contributo teatral para a compreensão da crise financeira

ÚLTIMAS REPRESENTAÇÕES
23,24 e 25 de MARÇO às 22h00

Uma criação VISÕES ÚTEIS, Grupo de Teatro Portátil


Isto não é uma peça de teatro. É uma história. Não pretende ser uma peça de teatro. Só pretende ser uma história. E que história! O dia em que parecia que o capitalismo estava para acabar. Onde é que estavam a 15 de Setembro de 2008?
Lembram-se?
Chegaram sequer a reparar? O capitalismo deixou de funcionar durante quatro dias, mais ou menos. E agora estamos a tentar perceber o que é que aconteceu.







O ESPECTÁCULO

Na sequência da crise económica que explodiu em Setembro de 2008, o National Theatre (Londres, Inglaterra) encomendou ao dramaturgo David Hare uma peça de teatro que se confrontasse com a referida situação e com os seus protagonistas. E desta forma David Hare dedicou vários meses não só ao estudo da situação mas também a entrevistas pessoais a banqueiros, economistas, especuladores, investidores, administradores, enfim, a todos aqueles que conheciam a história por dentro, desde que, naturalmente, estivessem dispostos a contá-la. O resultado final foi um texto rigoroso e complexo em que se recusa qualquer desejo excessivo de dramatização e se procura antes contar uma história de ambição e ganância intitulado “O poder do sim”, e bem a propósito subintitulado “Um dramaturgo tenta compreender a crise financeira”, cuja estreia mundial aconteceu, precisamente, no National Theatre de Londres, em Setembro de 2009.

Na versão do Visões Úteis “O Poder do sim” apresenta-se vocacionado para um contacto muito próximo com o público, através do trabalho de 3 actores que convocam uma pluralidade de protagonistas da crise financeira, sem esquecer uma imprescindível aproximação à realidade portuguesa, no que podemos classificar de um espectáculo extremamente divertido, apesar de não ter piada nenhuma! Ou por outras palavras, uma tragicomédia financeira completamente enraizada no nosso aqui e agora.

DAVID HARE – O Autor

David Hare – Dramaturgo, nasceu em East Sussex, Inglaterra, a 5 de Junho de 1947, estudou no Lancing College e Jesus College, em Cambridge. Foi membro fundador do Portable Theatre Company onde era actor, encenador e dramaturgo. Slag foi a sua primeira peça estreada em Londres em 1970, no Hampstead Theatre Club. No início dos anos 70 David Hare foi Dramaturgo Residente no Royal Court Theatre e na Nottingham Playhouse. Foi membro fundador do Joint Stock Theatre Group com David Aukin e Max StaffordClark em 1975.

Em 1984 tornou-se Director Assistente do National Theatre em Londres. David Hare é ainda membro da Royal Society of Literature e em 1998 foi ordenado cavaleiro.David Hare é um dedicado comentador social. Não obstante as ocasionais excursões aos temas do Terceiro Mundo, as suas peças oferecem um rico e contemporâneo retrato da GrãBretanha e das suas instituições. O seu âmbito temático é mais alargado que o de John Osborne, mas Hare não deixa de partilhar com o seu mentor uma visão da sua terranatal que é misto de exasperação crítica e desconcertante afecto. Um escritor que sente a necessidade constante de medir a temperatura moral de uma nação através do seu instrumento de escolha: o drama.

sábado, 20 de março de 2010

Dia Mundial da Poesia

21 de MARÇO a partir das 16H00

Comemoração do DIA MUNDIAL DA POESIA com a presença de alguns autores, leitura de poemas e feira do livro.













Dias e noites
tangendo
em meus nervos
de harpa

vivo desta joia
doentia do universo
e sofro
de não sabê-la
acender
na minha
palavra.

Giuseppe Ungaretti (1888-1970)

sexta-feira, 19 de março de 2010

Pontear a vida

TECELAGENS DE HELENA CARDOSO

Sábado, 20 de MARÇO ÀS 17H00 abertura da exposição


















RASGAR, DIZ ELA HELENA
Todo criador poético-literário se sente como uma espécie de réplica da fiel esposa de Ulisses. Assediado, à imagem dela, pelos fantasmas da frustação, desfazem de noite a teia tecida de dia, na expectativa do regresso, à quimérica Itaca, da perfeição extraviada da Idade do Ouro.

Destecer, diz ela Penélope. Raaaaasgar, diz ela Helena. Num raaaaasgo de artesanal inventiva, estas redes de Helena Cardoso prazerosamente nos envolvem e aprisionam, tecidas, entretecidas, reentretecidas de fios de linho, lã, seda, tributando o cânone sagrado de uma aura couture.

Ditirambos, nascidos duas vezes, fadados para preservarem as genuínas texturas da Natureza. Odes cantando a helênica trama, urdida por humanas mãos, tangidas pela divindade.

Insinuando transparências, sugerindo sobreposições, arriscando assimetrias, incrustando colagens policromas, evocando patchworks, as redes de Helena enredam, alinham, alinhavam pontos/pontes de encontro e reencontro.

Ponteiam e pontilham a Vida, ponteiam a passagem para uma terceira margem. Bem aventurados seriam Vênus e Marte se acaso seus corpos desnunados, tivessem sido cobertos e recobertos por redes iguais a estas, de sedosa sedução, fina linhagem e lânguida sensualidade. O Amor, na certa, não seria mais uma miragem na outra margem da Vida.

Danyel Guerra
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Ainda no SÁBADO, às 18h00

Convívio entre autores da editora Edita-Me com vista à fundação do seu Clube de Escritores.

sexta-feira, 12 de março de 2010

ALBA só

CONTRIBUTOS PARA UMA CELEBRAÇÃO

17 e 18 de MARÇO, às 22h00
Performances poéticas pelo Sindicato do Credo
e conferências pelo irmão do autor, Carneiro Gonçalves.














O SINDICATO DO CREDO

Vozes: Paulo Moreira e Pedro Piaf
Guitarra: Pedro Piaf
Disc-Jockey: Nel Colaça
Vídeo-Jockey: Macário Moreira
Selecção e Pesquisa. Sérgio Almeida
Concepção: Paulo Moreira e Sérgio Almeida


SOBRE O PROJECTO

Nos 10 anos da morte de Sebastião Alba, o Sindicato do Credo – colectivo multidisciplinar de performances poéticas – propõe-se apresentar no Labirintho, no primeiro trimestre do próximo ano, um conjunto de quatro performances construídas de raiz destinadas a celebrar a obra do autor de "A noite dividida".

"Alba Só" consiste num espectáculo com uma duração aproximada de 45 minutos em que, a par da evocação de alguns dos escritos mais emblemáticos de Sebastião Alba, far-se-ão múltiplas referências às suas circunstâncias de vida, nomeadamente à sua singular e destemida opção pela errância.

Não se trata de um recital de poesia convencional. Aliás, tratando-se de um poeta insubmisso e incondicionalmente livre como Alba pretende-se que o espectáculo reflicta a sua visão do Mundo, assente numa individualidade extrema e numa intensa comunhão com a Natureza.

Além das indispensáveis palavras, extraídas dos seus livros de poesia e dos inseparáveis diários, “Alba Só” será abundante em sons. A música clássica, de Brahms a Mozart, que tanto prezava não deixará de estar presente, mas, porque a própria mundividência do autor a isso obriga, haverá referências a outros géneros, graças à participação de um guitarrista e de um disc-jockey.

Acrescente-se a isto tudo a projecção em simultâneo de um conjunto de imagens directamente inspiradas no imaginário do autor – desde elementos típicos de “road movie” a fragmentos desconexos dos seus livros – e ter-se-á uma imagem mais aproximada do forte impacto visual pretendido em “Alba Só”.

O público presente terá ainda no local uma fanzine de oito páginas (custos de impressão – fotocópias A4 - a suportar pela casa) em que estarão disponíveis vários poemas do autor, bem como abundantes elementos biográficos. Além de complementar o resto do espectáculo e constituir uma recordação do mesmo, esta publicação auxiliará o público menos familiarizado com a obra do poeta a conhecer alguns dos seus textos e, mais importante, a sentir-se tentada a conhecer o resto.

Como celebração que pretende ser, “Alba Só” prevê a possibilidade da presença dos familiares do autor (irmã e filhas), além da exposição e venda no local da totalidade dos seus livros.

SOBRE O COLECTIVO

Resgatar a poesia – assumida não apenas na sua vertente literária, mas como oposição ao conformismo dominante – das malhas quase sempre turvas do quotidiano, é o princípio da acção do Sindicato do Credo.

Surgido dos escombros do Sindicato do Crime, cuja brevíssima existência não impediu a apresentação de performances em locais tão variados como teatros, bares e livrarias, o Sindicato do Credo faz da tentativa de dessacralização da palavra poética a sua verdadeira "tour de force". Não se espere, por isso, encontrar nas suas performances singelas odes poéticas ou a exaltação de grandiloquências, reais ou imaginárias...

O reportório de autores escolhidos (paleta variada que integra consagrados, marginais ou simples desajustados) reflecte uma estética – discutível como todas, certamente – assente numa pessoalíssima, embora plural, busca da crueza literária. Nas intervenções do colectivo, os artifícios e os modismos são abandonados sem pudor em busca de uma autenticidade que elege a indiferença como inimigo mortal.

O vídeo, a instalação, a música e a performance são os suportes de que se socorre, instrumentos predilectos para atingir o fim em vista: o questionamento das verdades ditas "inquestionáveis".

terça-feira, 2 de março de 2010

Uma Operação de Resgate Cultural

EM BUSCA DA MUSA CLIO recorda Tomás Gonzaga.

Sábado, 6 de MARÇO às 17h00

Há duzentos anos, em finais de Janeiro de 1810, falecia na Ilha de Moçambique, o poeta portuense Tomás António Gonzaga, um dos expoentes do Arcadismo e precursor pré- romântico na literatura de expressão em língua portuguesa.
Assinalando a efeméride, Danyel Guerra vai apresentar no próximo dia 6 de Março, sábado, pelas 17 horas, no Labirintho, o seu livro "Em Busca da Musa Clio". Edição do selo Armazém Literário, este ensaio histórico parte em demanda do autêntico Tomás Gonzaga, sublinhando os fatos marcantes da vida e obra do cidadão e do escritor, nascido em Miragaia em 1744.
Definida como uma operação de resgate cultural, a publicação procura atenuar o esquecimento em que caiu a memória do cantor e trovador de "Marília de Dirceu". A sessão é aberta a participação do público e de todos os interessados.