sábado, 27 de fevereiro de 2010

Jogo de Cartas

Quarta-feira, 3 de MARÇO às 22h30

clique para ampliarOs textos epistolares exultantes de conteúdos poético-literários e de
revelação sobre as conivências, a irmandade de almas
que tantas vezes se fundiram numa só.

As dores, as angústias, as hesitações, mas também o imaginário inquieto e febril que animou os dois poetas de ORPHEU.

Retratos captados em Lisboa e Paris:
1912-1916. As confidências de duas personagens construtoras da Arte Maior:
a Poesia.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Jantar de Degustação

O Labirintho, com o apoio do CVM - Clube de Vinhos e da Quinta do Noval, apresenta um JANTAR DE DEGUSTAÇÃO que terá lugar no dia 26 de FEVEREIRO, pelas 20h30.













Entradas volantes do menu Pecadilhos do Labirintho: tortilhas, quesadillas, tostinhas com pesto, cubos de melão...
Vinhos: Porto branco extra dry da Quinta do Noval ; Maria Mansa Branco 2008

Cogumelos portobello com queijo chèvre, gratinados.
Vinho: Maria Mansa Tinto 2004

Lombo de bacalhau com batata rosti
Vinho: Cedro do Noval 2007

Lombinhos de porco com alheira
Vinho: Quinta do Noval 2007

Sobremesas: bolo de amêndoa com ovos e gelado + fruta laminada
Vinho: Porto Noval , colheita de 1995

Pós-sobremesa /digestivo: Vintage Noval-Silval 1998

Preço por pessoa: 30,00 €
Reservas pelo telef. 226 007 023

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Boom & Bang

Um breve contributo teatral para a compreensão da crise financeira

23,24 e 25 de FEVEREIRO às 22h00
Uma criação VISÕES ÚTEIS, Grupo de Teatro Portátil
Entrada: 5,00 € (inclui uma bebida de cápsula)

ALBA só

CONTRIBUTOS PARA UMA CELEBRAÇÃO

SÁBADO, 27 de FEVEREIRO às 17h00
O Labirintho inicia um ciclo de eventos dedicados ao poeta Sebastião Alba,com a inauguração da exposição de fotografia e manuscritos fac-similados, a instalação multimédia "Ando do avesso do quotidiano" de Paulo Moreira, e leitura de poemas por José Carlos Tinoco.

10, 11, 17 e 18 de MARÇO, às 22h00
Performances poéticas pelo Sindicato do Credo
e conferências pelo irmão do autor, Carneiro Gonçalves.

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Alba. Sebastião Alba, o poeta mendigo, nascido a 11 de Março de 1940 na Rua de São Geraldo, freguesia da Cividade de Braga, que deu pelo nome civil de Dinis Albano Carneiro Gonçalves, é um mestre poeta. Da sua vida recordo a imagem de um homem a quem um dia ofereci dois versos que muito o fizeram rir. Disse-me que, se lhe oferecesse uma cerveja talvez os versos se digerissem melhor. Conheci-o em 1994, em Braga, quando aí eu era estudante. Conversávamos sobre tudo o que podia haver no mundo, o mais importante de tudo no mundo que eram as mulheres e a poesia. O local era o café Brasileira, na Rua do Souto. Na altura eu era um rapaz egocêntrico totalmente indisponível para o diálogo, mas verdadeiramente isso pouco importava ao Poeta. Para o comum dos mortais, Alba era uma personagem fictícia da cidade, de barbas agrestes, que se refugiava... na loucura, no álcool e no tabaco... Para mim Alba era o eremita Siddartha que eu conhecera através do romance de Herman Hesse. O Poeta que em vez de se refugiar no bosque e comer as raízes das árvores, se refugiou nos muros da cidade. Alba era sábio.
Despojado da maioria dos bens materiais, não totalmente por culpa sua, mas por culpa daqueles que não valorizaram a sua arte e o seu processo criativo... a sua vida, na altura em que o conheci, era a de um homem livre, alegre e despreocupado. Lembro que usava regularmente as mesmas roupas e que dificilmente tomava banho. Sei-o, porque me disse uma vez que, tal como o filósofo Sócrates teria dito a Platão, decerto - só os ímpios e os impuros necessitavam de banho e de baptismo. A ele bastava-lhe lavar a cara e as mãos, e esfregar os olhos numa corrente limpa.
Nunca me falou da família, porque sei que a guardava demasiado religiosamente para me dizer, a mim alguma coisa acerca dela.
Lembro que me disse também que continuasse com o mesmo nervo, que não deixasse de olhar para as raparigas e continuasse a escrever com as vistas...
Alba, Sebastião - albano dinis, morreu atropelado, poucos dias depois de ter revisto as provas da sua antologia poética, caído no mesmo chão que o viu caminhar ...“como uma pedra ao lado da evidência”.
Deixou ao antologiador o seguinte bilhete: “ Se um dia encontrarem morto o teu irmão Dinis, o espólio será fácil de verificar: a roupa do corpo e alguns papéis que a polícia não entenderá”.

Alba e o destino dos poetas...

António Ramos Rosa. O poeta português disse uma vez: em qualquer parte um homem discretamente morre. Ergueu uma flor. Levantou uma cidade.
Os verdadeiros poetas são mestres ... porque a poesia é a sinfonia da mente recriando o mundo que se sente. O filósofo alemão, Heidegger defendia que o homem era um Dasein - a casa do ser e por isso o exercício de desocultação da verdade só se poderia exercer, verdadeiramente, pela poesia - a metáfora da verdade.
Ainda lembro o Poeta entendo o Filósofo... " ninguém como nós conhece o sol" porque nenhuma linguagem diz totalmente o mundo e, quanto mais procura dizê-lo decerto, mais se afasta.

José Miguel de Oliveira